segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A VOZ E O SILÊNCIO

        A Zuzinha.

Mais um instrumento
se cala
na sala escura do tempo
se cala
mais um instrumento.

E a dor de não ser tocado
só sabe dizer quem sente.
Mas como dizer se a voz
calou-se agora pra sempre?

O barulho da cidade
guarda um silêncio esquecido.
Feito de dor de saudade
feito de choro e gemido.

Que grita neste momento:
Morre o músico.
Morre a música.
 Morre a voz do instrumento.

Zeca Tocantins.

FÉ E RIQUEZA

       Era clara a preferência de Jeus Cristo pelas pessoas mais pobres, os mais humildes. Sua vida de simplicidade e seus ensinamentos colocam a fraternidade a solidariedade e o amor, como os principais pilares de uma sociedade mais justa, mais humana.
       Adalberto Franklin tem cacife para dissecar sobre o assunto; sua longa vivência no CNLB - Conselho Nacional de Leigos e Leigas do Brasil e, como dirigente do Movimento de Cursilhos de Cristandade do Brasil, deram-lhe substância para tratar um tema tão delicado.
        Aqui não se trata de uma condenação à riqueza, mas um alerta para que o homem, seduzido pelos bens materiais, não se deixe escravisar. Afinal, vivemos numa sociedade movida pelo Capital, sistema que se sustenta na força diária da propaganda que arrasta nossos desejos para o mundo do consumo.
        Ser rico não deve ser nenhum defeito, a maneira como esta riqueza fora adquirida ou está sendo utilizada é que pode levar o homem ao pecado. É fato que a riqueza alimenta nosso egoísmo, a nossa ganância, os pobres são sem dúvida mais solidários.
         As primeiras comunidades Cristãs dividiam entre si os seus pertences, muitas aldeias brasileiras ainda vivem este costume. Em 1893, o líder religioso Antônio Conselheiro, reuniu na região de Canudos , na Bahia, milhares de fiés e fundou o povoado de Belo Monte. Quatro anos depois, o povoado e a região se tornara a segunda parte mais habitada daquele Estado. A destruição de Belo Monte pelas froças do Governo é uma das marcas mais dolorida da história deste País. Alí, as riquezas era um bem pertecente a toda comunidade. Hoje são inúmeras as Igrejas que pregam o acúmulo de bens materias, afirmam inclusive, que é um milagre de Deus.
          Adalberto é membro fundador  da Academia Imperatrizense de Letras e da Academia de Letras, História e Ecologia da Região Integrada de Pastos Bons. Escreveu vários livros de história regional e é proprietário de Ética Editora. Seus livros pode ser encontrados no endereço virtual: eticaeditora.co.br

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

ILHA BELA - DISCO

        Um repertório de oito músicas, sendo sete de Carlinhos e uma de Erasmo Dibel. A produção é assinada pelos competentes profissionais; Henrique Duailibe, Edinho Bastos e o próprio Carlinhos Veloz.
         Ele nasceu às margens do rio Capibaribe, em Recife, no ano de 1965 com o nome de Luiz Carlos Alves da Silva. Nasceu pela segunda vez, em 1985, como Carlinhos Veloz, agora artisticamente às margens do rio Tocantins, quando a cidade de Imperatriz abrigava o FABER - Festival Aberto do Balneário Estância do Recreio.
         Em Ilha Bela, ele extrai a matéria-prima que constrói sua poesia das cidades em que viveu e aprendeu gostar: A música Ilha Bela é um reggae inspirado nas belezas e nos costumes de São Luís; Imperador Tocantins, saúda nosso rio e o titula como Imperador da cidade que banha; Altos e Baixos, retrata o Rio de Janeiro e seus contrastes geográficos; Cirandar, é uma bela ciranda de mãos dadas com Itamaracá. São hits que enchem de orgulho as cidades homenageadas.
         Ele é Veloz; morou em Corumbá, Recife, Rio de Janeiro, Portugal, Imperatriz, São Luís e percorre todos os grandes projetos alternativos da música popular brasileira. Sempre colhendo os aplausos merecidos. Impressiona como artistas do quilate de Carlinhos não encontram espaços na programação de nossos rádios. Ainda bem que isso não lhe incomoda, ele segue consciente da qualidade indiscutível de seu trabalho.
          O acordeon de José Américo deu a construção definitiva à música "Imperador Tocantins" e, a presença do compositor Erasmo Dibel com a música "Minha Cidade", amplia o terreno onde Carlinhos pisa firme e segue encantando a todos aqueles que tenham oportunidade de conhecer e reconhecer o seu talento.
         Você pode conhecer melhor este grande artísta e sua obra visitando o endereço eletrônico: www.carlinhosveloz.kit.net

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

DEPRESSÃO

 O Homem objeto do medo;
 se tranca, se fecha, se some...

 Dentro da escuridão
  de si mesmo.

De Zeca Tocantins.

O CAMALEÃO QUE QUERIA SER GENTE E outras fábulas.

        Este livro recebeu da Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão o prêmio Gonçalves Dias de Literatura. Primeiro lugar no concurso Plano Editorial Secma, 2009.
        Além de Camaleão, tem as fábulas A Galinha Magra-magrinha, A Formiguinha que criou asas e se perdeu e o Último Conto Contado. É dedicado ao mestre Vito Milesi, que o autor reconhece como seu maior incentivador na literatura infantil.
         O escritor Livaldo Fregona que assina o prafácio afirma que " Gilmar ao escrever seus contos, suas fábulas, se transforma numa criança que, numa bela tarde, rodeada de amiguinhos, conta o que aconteceu com o Camaleão, A Galinha..." Gilmar então não é um velhinho contador de estórias, mas alguém que mergulha no imaginário da criança e se deixa encantar.
          Solta as rédeas da imaginação tudo é possível; A Galinha Magricela que exibe sua magresa com intuito de ser modelo de televisão, o Camaleão que abandona seus amigos e a bonita floresta para viver urbanamente como gente, a Formiga que canta e voa por pura vaidade. Um mundo onde tudo é possível, inclusive o leitor virar bicho para desencantar no fim de cada fábula.
          Uma leitura que envolve a atenção da criança e estabelece uma certa cumplicidade entre o leitor e o livro.Para Edna Ventura, que assina a Apresentção " Gilmar foi além. Mergulhou no mundo da fábula. É possível que de lá não retorne. Mais amadurecido no seu fazer literário, constrói suas narrativas e, em cada diálogo entre os personagens, oferece ao leitor um universo de uma reflexão segura que interfere no pensamento, nos valores e na condição humana".
         Coordenando o projeto " Nossa Arte nas Escolas ", vi com muita alegria crianças absolvidas na leitura deste livro, pena que foram apenas cinco colégios da rede pública municipal, onde tivemos o prazer de levar livro e o escritor para o conhecimento de nossos jovens estudantes. Em cada Escola vinte livros eram oferecidos para estimular os alunos a cantarem ou declamarem alguma poesia, o prêmio era recebido das mãos do escritor devidamente autografado.
          Gilmar Pereira da Silva, nasceu em 23 de maio de 1957, na cidade de Xambioá, antigo Goiás, agora Tocantins. Com um ano de idade chegou a Imperatriz, onde reside até hoje. É membro fundador da Academia Imperatrizense de Letras - AIL, cadeira 28, que tem como patrono o imortal Viana Guará ( poeta maranhense ). Sua obra pode ser encontrada no endereço eletrônico www.eticaeditora.com.br

TERREIRO DE TODO CANTO

        Um disco reunindo vários rítmos com seus instrumentos característicos; rumba e marcha de carnaval com seus metais, xote e baião com sanfona e zabumba, bumba-meu-boi com pandeirões e matracas, chorinho com a flauta encantada de Zeze e o Grupo de Choro Pixiguinha.
        Na diversidade de rítmos o encontro alegre e descontraído de meus convidados especiais, que muito enriqueceram com suas vozes este trabalho; Claúdio Pinheiro, Solange Leal e Fátima Passarinho. Os arranjos ficaram por conta de Henrique Duailibe e foi gravado e mixado no Estúdio Refrão em São Luís do Maranhão. 
        Destaque também para as fotos do grande profissional Marcone Pinheiro e, para a execução esplendorosa de Nhozinho, composição de Henrique Guimarães, que homenageia este grande artesão pertencente a história de São Luís.
        Onze músicas são de minha autoria e este é o meu primeiro CD, nele procurei abrigar pessoas de minha afinidade como o percussionista Erivaldo Gomes e o sanfoneiro iluminado Eliésio, entre outros nomes evidentemente de nossa rica música maranhenese.
         Algumas foram regravadas por outros artistas alcançando relativo sucesso. Entretando, a música que marcou realmente no gosto do povo foi Estiagem, sempre aplaudida com muito carinho por onde tenho oportunidade de cantar. Quer conferir? Estou aberto convites!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O CONTATO INICIAL

      Leonildo Alves de Sousa, é oriundo de Pastos Bons, cidade que abria as portas pros sertões maranhense, onde criadores procedentes de Salvador na Bahia, encontravam por estas bandas fartos pastos para criação de seu gado.
      Este poeta chegou a Imperatriz no dia 24 de dezembro de 1978, onde concluiu o ensino médio. É casado e tem quatro filhos.
      Em O Contato Inicial sua poesia se derrama apaixonada; essa é sua maneira de ser e de escrever. Como testemunhou Adolfo Pires da Fonseca Neto, " em pleno carnaval na cidade de Cururupu, quando em uma roda de samba o poeta conseguiu com que todos dessem um minuto de atenção para declamar versos seus e de seu compadre e mestre José de Ribamar Fiquene". Assim é Leonildo.
      Nesta cidade nosso poeta cresceu muito como empresário, tanto que simulando uma disputa entre o empresário e o poeta, o primeiro ganharia com facilidade. Mas o poeta desconhece a derrota e como afirma o editor Adalberto Franklin. "Neste O Contato Inicial, Leonildo supera todas as suas obras antecedentes, tanto em carga poética quanto em sensibilidade humana; tanto na paixão pela vida e quanto na certeza da morte".
       O próprio Leonildo confessa: " Não é fácil transpor com fidelidade o sentimento poético para o papel, ou seja, elaborar o poema com toda carga poética que se sente ou que toma conta do poeta".
        Ele é membro da Academia Imperatrizense de Letras, ocupando a cadeira 27, tendo como Patrono Francisco de Paula Ribeiro.Sua obra pode ser adquirida no endereço eletrônico; www.eticaeditora.com.br.

OLHOS D'ÁGUA

Na região serrana do Rio
muitas águas
muitas águas...

Mesmo depois das chuvas
muitos olhos
muitos olhos...

Não encontram o calor da estiagem.

De Zeca Tocantins.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

DIALÉTICA DO SILÊNCIO

     Este é meu nono livro, uma síntese de um trabalho poético que venho desenvolvendo há décadas: Sempre me encantou frases cheias de sabedorias, normalmente ditas pelos nossos filósofos; a eficiência dos comerciais de televisão que em segundos nos convence da qualidade dos produtos exibidos na tela; as frases e imagens nos out-doors transmitindo mensagens claras e inteligentes mesmo quando estamos em velocidade. Disso tudo quis extrair o produto do meu livro.
      São poemas curtos, sem títulos, identificados apenas por um número. Onde o poeta se coloca na presença de um silêncio inquiridor. Um silêncio que não é feito de vazio, mas de uma linda paisagem que pode se tornar ainda mais bela quando ornamentada com a palavra certa e o tamanho exato. Um amplo e verdadeiro diálogo com o nosso próprio íntimo.
       Um livro onde o silêncio é imperativo e pode ser consumido em minutos embora não seja aconselhável -  Como uma noite que guarda a consciência que seu escuro projeta o brilho intenso das estrelas. O leitor que não construiu ainda um diálogo com o seu silêncio certamente irá estranhar. Assim como a vida nos condena não por que erramos mas por que esquecemos de corrigir, assim também o silêncio nos condena, não pela ausência de palavras, mas por não sabermos utilizá-las.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

EXPEDIÇÕES PELOS RIOS TOCANTINS E ARAGUAIA

        Este livro é o relato de seis expedições feitas pelo jornalista e escritor Domingos Cézar pelas águas dos rios Tocantins e Araguaia. Cinco delas acompanhado do estudante de Ciências Biológicas, Eraldo Júnior.
        De Itupiranga a Carolina foram registradas as agressões sofridas pelos rios: desmatamento, assoreamento, entre outras mazelas.
        Tangido pelas lembranças de quando pescava com seu pai Cametá, o escritor idealiza um cordel denominado "Alerta, rio Tocantins", que é a voz do rio que não tem voz a pedir socorro. Consciente que este trabalho deveria chegar às mãos daqueles que moram nas ribançeiras, portanto,os guardiões das margens dos rios, foi então idealizada estas expedições.
        Em todos os portos Domingos procurou contato com lavradores, presidentes de Colônias de Pescadores e até mesmo com Prefeitos de cidades ribeirinhas; doava o cordel e falava da destruição sofrida pelo nossos rios. Apesar da realidade; grande quantidade de espécies de peixes já extintas, ex; o dourado, o mandi-lira, o jaraqui, o fidalgo entre outros, fora a destruição dos berçários; lagos que foram totalmente assoreados, a grande maioria da comunidade parece alheia aos fatos.
         Os grandes projetos com promessas de empregos inibe qualquer possibilidade de discussão. A propaganda de progresso invade os meios de comunicação deixando cada vez mais muda as vozes daqueles que defendem nossos rios. Povoados que no passado tiveram grandes produções agrícolas, são hoje totalmente abandonados por falta de energia rural.
         Na sexta e última expedição nossos navegantes resolveram adentrar o majestoso rio Araguaia, indo até a cidade de Araguatins, constatando que este rio se encontra bem mais preservado que o nosso Tocantins. Essas vozes precisam de ressonância.
         Quem desejar embarcar nessa viagem basta visitar a loja virtual da editora: www.eticaeditora.com.br e boa viagem!...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

KELBILIM - O Caçador de Enganos.

     Hipona, a última cidade da Numídia que oferecia resistência a invasão bárbara, na costa mediterrânea da África agora estava sendo invadida, tendo Genserico, o próprio Rei dos vândalos no comando. Kelbilim, no seu leito de morte ouvia os tambores e sentia as tropas e as máquinas de guerra se aproximando. Roma, a cidade sagrada não resistiu a investida dos visigodos. Alarico, Rei dos visigodos ampliava seu domínio. Era o ano de 410. Aquele acontecimento deu inicio a um dos mais longos períodos de nossa história: a Idade Média.
     Induzido pelo pensamento filosófico de Platão, Kelbilim procurou saciar sua sede de conhecimento. Essa busca revela sobretudo seus enganos. Consciente desses desabores que lhe causava tanto sofrimento, ele abraça sua alma e extrai desses enganos a susbstância necessária para construir uma inteligência muito além daqueles de seu tempo.
      Não chega a ser um livro de filosofia propriamente dito, mas é um agradável exercício pelos intrincados mistérios da existência. Sábio é aquele que sabe aprender; é o que se pode lê nas entrelinhas. As lições se põe por toda parte prontas para serem colhidas por alguma inteligência habilidosa. O próprio Kelbilim, apesar dos enganos, deixa em seus rastros lições que enriquecem a nossa existência. Agostinho Noleto, o escritor dessa obra é presidente da Academia Imperatrizense de Letras e seu livro foi escolhido pela Academia como o melhor de 2010. Vale a pena mergulhar nessa leitura.

LUTAS, FRACASSOS E VITÓRIAS - MEMÓRIA

José Matos vieira, pode até não ser um grande escritor, mas é um bom contador de histórias. Não há nada mais agradável que a gente estirar o corpo numa rede pra escutar uma boa história.
Nascido no dia 02 de março de l922, num lugar chamado São Joaquim, margem do riacho Pucumã, no município de Caxias, estado do Maranhão. Aos dois anos de idade perdeu sua mãe, dona Maria Lopes, com oito anos era aprendiz da tipografia de seu tio Antônio, onde era editado o jornal "A Escola", com 15 anos perdeu seu Pai.
Daí por diante Vieira aventurou-se pelos virgens Castanhais do Pará, onde a vivência com os indios e com as onças era obrigatória. No verão, quando os rios retornavam a seu leito, ele era contaminado éla febre dos garimpos. De picareta na mão, andou cavando ouro e diamante nos rios Araguaia e Tocantins.
Nesse revezamento Vieira acabou encontrando o ouro de sua vida; dona Vicência, que lhe resgatou a base familiar e lhe deu de presente dez filhos.
A abertura da estrada Belém-Brasília deu um impulso tão forte no crescimento de Imperatriz que toda a região foi abalada. Atraído por aquele movimento, Vieira aqui aportou vindo de Marabá-PA, no dia 26 de abril de 1966.Instalou a primeira tipografia e impressionado com o crescimento e a presença de tanta gente vinda das mais diferentes regiões, no dia 03 de Maio de 1970, ele faz circular pelas ruas de Imperatriz nosso primeiro Jornal "O PROGRESSO". Era portanto o retorno de nosso aventureiro a seu primeiro ofício. Um livro agradável de ser lido.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Se eu visitar tuas lembranças
perdoe o atrevimento.
Espero que seja breve a visita
não canse teu pensamento.