quarta-feira, 20 de abril de 2011

CORAÇÃO URBANO

Te amei urbanamente.
Te enfeitei de jóias.
Te vesti de princesa.

Não fui capaz de compreender
que as luzes da cidade
ferem a alma das estrelas

FAROL



Eu, Zeca
criador de tempestades
me recuso a visitar tua quietude.
Só te abraço
quando fazes remanso
em minhas correntezas.

Eu, Zeca
filho do fogo
não mergulharei em tuas lágrimas.
Só me queima
quando tece nos vãos
de teus olhos todo sentimento.

Eu, Zeca
irmão dos sonhos
não seguirei tuas certezas.
Só vigio
teu farol sinalizando
meu renascimento.

Eu, Zeca
operário da liberdade
dispenso a cadeia de teus braços.
Só amo
esse calor indizível
que emana de teu corpo.

Eu, Zeca
ressuscitado de tantos golpes
não aprendi a morrer ainda.
Por isso
te encontro sempre
em todas as distâncias.

MENINA-MÃE

As meninas de minha Vila
exibem suas crianças com orgulho.
E contam do desassossego
causado por seus vômitos
em plena madrugada.

Afirmam categoricamente
Que o remédio “xis” respeitando
horário e dosagem correta
alivia as dores de barriga.

Reclamam das fraldas
descartáveis que deixam vazar.
Discutem o leite adequado
e o bico ideal da mamadeira.

Indicam pomadas para as assaduras
e sedativos para as crises de ouvido.
Conhecem várias marcas de amaciantes
e desejam um belo futuro para seus filhos.

Formação escolar? Vida social?
Quem dera lhes sobrassem tempo.
Ainda tem gente que afirma
que as meninas de minha Vila
são vazias e desocupadas.

Poema de Zeca Tocantins.

CÉU

Lá onde as terras
vestem-se de plantas.

Estas ofertam aos
bichos alimentos.

As águas puras
nos riachos cantam.


O Céu múrmura
um doce encantamento.

MINHA ARTE

Minha arte não só produziu
músicas e literatura
produziu também amigos.

Foi ela que abriu as portas
onde encontrei abrigo
de tantas amizades.

Sou agradecido e reconheço:
é impossível se calcular
o valor destes momentos.

domingo, 17 de abril de 2011

Luís Brasília - Postado pelo Cantador Clauber Martins

Luto pela morte, e a luta continua...
Uma luta lúgubre porém viva
Imperatriz perdeu mais um bico de luz
Zumbizando pela madrugada.

    - Bom, muito bom!!!
      Rugia o produtor
      Ainda se pode ouvir o brado...
      Saiu sem abrir e sem fechar a porta
      Inconseqüente talvez, inconsciente nunca.
      La vai o louco de pedras e de plumas.
    - Imperosa, fui...
    - Até o próximo programa.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O SONHO DOS JUSTOS

           São quarenta textos de excelente qualidade, neles Francimar desnuda esse universo político mentiroso que estamos nos acostumando. Nele a política tem um cuidado muito especial com a estética, maquiando a realidade com seus discursos de honestidade, mas quando alguém tem a coragem de lhe tirar a máscara, o que vimos é isso aí; O SONHO DOS JUSTOS.
           Ornamentado por bons textos que expressão a força de seu conteúdo, Domingos Cézar diz no prefácio; " Francimar é um homem politizado, ex-vereador do Municípío que mesmo sem mandato, continua como se fosse um atuante legislador, fiscalizando, cobrando, denunciando, como se estivesse da tribuna". Já o escritor Livaldo Fregona declara em uma das orelhas do livro; " Francimar é um profundo caminhante dos labirintos políticos, explana com clareza e coerência, as razões que dificultam, ou mesmo impedem, o desenvolvimento do País: a corrupção e a impunidade generalizadas.
           Na segunda orelha é a vez da professora Liratelma Cerqueira, declarar que " Francimar é um lutador pertinaz, que não desanima, não se imobiliza diante da indecência política, do autoritarismo, da dominação econômica e da ordem capitalista que inventou a miséria". A Apresentação do também professor e escritor Arnaldo Monteiro é categórica; " Escancaradamente, temos visto o dinheiro, oriundo dos impostos pagos pelos contribuintes, desviado como propina aos inescrupulosos representantes públicos. E como os bolsos dos paletós já não são mais suficientes para armazená-los, escondê-los, até os lugares fétidos, que estão por baixo das cuecas, ou das meias que vestem os pés contaminado pela sujeira mal-cheirosa, também passam a ser cofres".
           Como podemos verificar, ele simplesmente enfia um espeto na frágil pele que cobre nossas feridas, revelando cruelmente que nosso estado de conformismo não pode ser verdadeiro. Abrir as páginas deste livro é afastar um pouco a máscara daqueles que fingidamente nos enganam com seus discursos de honestidade.
           Francimar Gomes Moreira nasceu no dia 8 de abril de 1946, na zona rural do sertão nordestino, num lugarejo denominado Várzea Grande, no Município de Independência, Estado do Ceará, onde, até sair, aos 18 anos, para servir o Exército, trabalhou na lavoura de subsistência. Chegou em Imperatriz no dia 9 de setembro de 1973. Seu livro pode ser encontrado na loja virtual. http://www.eticaeditora.com/

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O PROJETO GRANDE CARAJÁS e seus reflexos para a cultura extrativista do Maranhão.

          
            Este ambicioso Projeto comandado pela Companhia Vale do Rio Doce, foi o responsável pela criação do Polo Carajás, que conta com quatorze usinas siderúrgicas, sendo metade localizadas em Marabá e as outras sete no Maranhão, sendo cinco na cidade de Açailândia. Em meados da década de 90 a Vale operava em nove estados brasileiros em diferentes aréas; pesquisa mineral, siderurgia, madeira, celulose e papel. Em 2003, dez anos após sua privatização esta empresa passou a denominar-se, formalmente, apenas Vale.
            Para garantir a implantação deste mega Projeto, o Governo Federal criou incentivos para atrair empresas com atuação nas aréas da agricultura, pecuária, agroindústria, florestamento e reflorestamento, entre outras. Dentre os privilégios criados estão a concessão e titulação de terras públicas em pequena ou grande escala, vantagens para a importação de máquinas e equipamentos e, autorização para empréstimos externos garantidos pelo Tesouro Nacional, além de inseção de Imposto de Renda por um prazo de dez anos.
           Com a implantação do PGC, três grupos sociais se destacaram na região: Um deles foi composto pelos grandes empresários e possuidores de extensas quantidades de terra, na maioria pessoas que vieram de fora da região e até de fora do País almejando ganhar dinheiro e voltarem o mais breve possível para seu lugar de origem; o outro grupo foi formado pelos profissionais liberais como médicos, advogados, engenheiros, que quando encontrava maneira de se estabelecerem ficavam na região; o terceiro e último era o predominante, formado por migrantes, somados aos nativos que tinham uma menor qualidade de vida, seus ganhos eram baixos e tinham pouca qualificação técnica.
           Um decreto em 1938, institui a data 13 de abril como o Dia do Babaçu, já em 1950, a Lei nº 838 proíbe a derrubada destas palmeiras. Eis portanto, o reconhecimento da importância desta palmeira para o Estado do Maranhão. Em 1969, foi criada a Lei de Terras do Maranhão, conhecida como Lei Sarney, esta Lei foi responsável por grandes conflitos entre os ditos donos da terra e a sociedade camponesa extrativista. As terras devolutas foram ocupadas por grandes empresas agropecuárias. Houve uma devastação em grande escala na aréa dos babaçuais.
           Em 1990, quebradeiras de coco do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins, realizaram " A Feira das Quebradeiras ", na cidade de Imperatriz. Este encontro foi um dos embriões do MIQCB - Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco. O povoado de Petrolina, munícípio de Imperatriz é hoje o foco principal de acirradas disputas entre a Associação das Quebradeiras e as Carvoarias, que insistem em transformar o coco e seus derivados em carvão para alimentar os fornos das Siderúrgicas.
         Este é um bom livro e pode ser encontrado na loja virtual: http://www.eticaeditora.com/.