sexta-feira, 8 de abril de 2011

O PROJETO GRANDE CARAJÁS e seus reflexos para a cultura extrativista do Maranhão.

          
            Este ambicioso Projeto comandado pela Companhia Vale do Rio Doce, foi o responsável pela criação do Polo Carajás, que conta com quatorze usinas siderúrgicas, sendo metade localizadas em Marabá e as outras sete no Maranhão, sendo cinco na cidade de Açailândia. Em meados da década de 90 a Vale operava em nove estados brasileiros em diferentes aréas; pesquisa mineral, siderurgia, madeira, celulose e papel. Em 2003, dez anos após sua privatização esta empresa passou a denominar-se, formalmente, apenas Vale.
            Para garantir a implantação deste mega Projeto, o Governo Federal criou incentivos para atrair empresas com atuação nas aréas da agricultura, pecuária, agroindústria, florestamento e reflorestamento, entre outras. Dentre os privilégios criados estão a concessão e titulação de terras públicas em pequena ou grande escala, vantagens para a importação de máquinas e equipamentos e, autorização para empréstimos externos garantidos pelo Tesouro Nacional, além de inseção de Imposto de Renda por um prazo de dez anos.
           Com a implantação do PGC, três grupos sociais se destacaram na região: Um deles foi composto pelos grandes empresários e possuidores de extensas quantidades de terra, na maioria pessoas que vieram de fora da região e até de fora do País almejando ganhar dinheiro e voltarem o mais breve possível para seu lugar de origem; o outro grupo foi formado pelos profissionais liberais como médicos, advogados, engenheiros, que quando encontrava maneira de se estabelecerem ficavam na região; o terceiro e último era o predominante, formado por migrantes, somados aos nativos que tinham uma menor qualidade de vida, seus ganhos eram baixos e tinham pouca qualificação técnica.
           Um decreto em 1938, institui a data 13 de abril como o Dia do Babaçu, já em 1950, a Lei nº 838 proíbe a derrubada destas palmeiras. Eis portanto, o reconhecimento da importância desta palmeira para o Estado do Maranhão. Em 1969, foi criada a Lei de Terras do Maranhão, conhecida como Lei Sarney, esta Lei foi responsável por grandes conflitos entre os ditos donos da terra e a sociedade camponesa extrativista. As terras devolutas foram ocupadas por grandes empresas agropecuárias. Houve uma devastação em grande escala na aréa dos babaçuais.
           Em 1990, quebradeiras de coco do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins, realizaram " A Feira das Quebradeiras ", na cidade de Imperatriz. Este encontro foi um dos embriões do MIQCB - Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco. O povoado de Petrolina, munícípio de Imperatriz é hoje o foco principal de acirradas disputas entre a Associação das Quebradeiras e as Carvoarias, que insistem em transformar o coco e seus derivados em carvão para alimentar os fornos das Siderúrgicas.
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