quarta-feira, 20 de abril de 2011

FAROL



Eu, Zeca
criador de tempestades
me recuso a visitar tua quietude.
Só te abraço
quando fazes remanso
em minhas correntezas.

Eu, Zeca
filho do fogo
não mergulharei em tuas lágrimas.
Só me queima
quando tece nos vãos
de teus olhos todo sentimento.

Eu, Zeca
irmão dos sonhos
não seguirei tuas certezas.
Só vigio
teu farol sinalizando
meu renascimento.

Eu, Zeca
operário da liberdade
dispenso a cadeia de teus braços.
Só amo
esse calor indizível
que emana de teu corpo.

Eu, Zeca
ressuscitado de tantos golpes
não aprendi a morrer ainda.
Por isso
te encontro sempre
em todas as distâncias.

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