sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

SOMBRAS DOS TINGUIS - Crônicas sertanejas

            A fazenda Tinguis foi testemunha do nascimento de João Francisco da Silva, no dia 14 de agosto de 1951, no município de Sucupira do Riachão, no Maranhão. Filho de mãe solteira, foi adotado pelo fazendeiro Deocleciano da Costa Queiroz e dona Emiliana Ribeiro, alí começava seu drama.
            Menino ficou conhecido pelo apelido de Chicô, cuja narrativa parece ser muita antiga, mais não é, apenas sua criação se deu num ambiente rústico e possessivo. Onde o fazendeiro era o senhor absoluto e os agregados da fazenda simples escravos. Nada podia ferir as ordens do senhor sob pena de terríveis castigos.
            "Que saudades da professorinha..." Chicô jamais poderia cantar esta bela música traumatizado pela imagem autoritária de dona Zezé ( poucas vezes ele a trata pelo nome ) sua primeira professora. Que armada de uma palmatória feita da madeira do ipê e com os devidos consentimentos dos pais adotivos partia pra cima dele a qualquer deslize.
             Alí naqueles cafundós, haviam os encontros e desencontros, temas constantes de nossas novelas. Tramas planejadas friamente para liquidarem vidas inocentes e as lúdicas brincadeiras de criança; dança da carrapeta, lagarta pintada, tum-tum, entre outras da criação própria dos meninos tinguileses. O folclore era dotado de uma lista enorme de supertições e das brincadeiras do Jaraguaia e do Boi de Mestre Lobo.
             A morte de seu Diocleciano deixou Chicô em maus lençóis, seus irmãos adotivos lhe marcaram profundamente: " minha infância foi excessivamente cruel" desabafa. Ele e Zezito, filho de um morador agregado da fazenda, eram arrancados do sono antes das quatro da madrugada e colocados diante de dois pilões. Alí, esmiuçavam as amêdoas do coco babaçu torrado até transformarem numa semi-pasta grossa, uma das etapas preciosas do azeite de coco. Havia outras demandas, como o fabrico do doce de leite, doce de banana, doce de caju, doce de goiaba, tijolo de buriti. Tudo destinado aos filhos do fazendeiro que estudavam na Capital. Aos meninos cabia a rapa do tacho.
              Ele próprio confessa que levará para o túmulo estas marcas. O mundo psicológico do autor de Sombras dos Tinguis foi duramente abalado, há momentos em que ele numa estrada solitária tangendo um jumento mostra-se complacente, piedoso, benevolente, compreensivo e tolerante com o animal. Mas quando seu Pedrinho Aleijado foi profundamente injustiçado por sua culpa, ele se manteve frio e distante.
              É um mergulho nas raízes de nossa gente e você pode encontrar esta obra na loja virtual; www.eticaeditora.com.br

3 comentários:

  1. Queria pedir para a sua dignissima pessoa seguir o meu blog,muito obrigado.

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  2. Bravo!!! É encantador o seu blog. Parabéns!!! Sou um poeta desconhecido que possui um blog chamado "Olhos da Mente". O endereço é: http://historiadeuniaopi.blogspot.com/

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  3. eu adoro poesia gostaria de tero privilegio de poder ler as suas obrigado

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